terça-feira, 31 de julho de 2012

Eu não posso comigo



Sou minha refém, largada dentro de um coração agridoce. Correndo em direções desconhecidas, cansada de ouvir o não que ecoa no labirinto sem fim que repousa em meus olhos. A cada passo errado e chorado sem entendimento nenhum mas muita lástima do caminho percorrido, recebo duras provocações me reduzindo a nada e me jogando ao vento como se não fizesse mais diferença.
Perde-se o belo sorriso da pobre gentil que não soube fazer o que era fácil, nasce o monstro da escuridão, a fera desvairada a sondar os pensamentos e observar todos seus atos. A pressão e o peso do piano aumentam, cresce o olhar obscuro e morre o afeto pelo Mundo. O que mais há de acontecer?
Enquanto todos lhe apóiam, lhe encorajam, lhe dão a mão, seu alter ego te magoas, te amarga e você choras.
Quanto mais silencioso o choro, mais doe o peito, mais fere a alma. Quando do grito não sai a voz, o silêncio te parte ao meio e te faz cair. Não ouves o medo, a raiva, a dor, ouves a ti a dizer as piores coisas que poderias ouvir de alguém. Que tirem de mim esse monstro que me devoras, que matem a escuridão que me transtorna.
Não vou parar pelo caminho, não vou cair e ficar no chão. Aos poucos os passos voltam ao ritmo e estarei lá na frente novamente. Mas o pior é caminhar sentindo as dores das chibatadas que eu mesma me dou, o pior é estar só e ter que ouvir outro sermão pesado e destruidor.
Eu vou continuar andando, mesmo que devagar, eu vou seguir o caminho novamente, eu te superar. Eu sei que devo ser uma louca desvairada por desafiar a mim mesma, mas eu não seria realmente louca se na minha loucura não soubesse acreditar! rs


Bruna Sampaio

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Mistério Stereo

http://www.youtube.com/watch?v=GJp-7uux-cI


"Se eu pudesse,
Ah se você percebesse, que eu faço de tudo só pra te encantar!
Todo dia, eu cantaria, todo dia..."





Ouvindo esse som e vendo o mar, me perdi dentro de mim e até hoje não quero me encontrar!


Bruna Sampaio

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Lendo ele

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

(Augusto dos Anjos)

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Epitáfio

Isso aqui era uma pessoa.
Ela virou pó. Todos aqueles sentimentos e reações viraram pó.
Uma vida de lembranças que não existe mais, simplesmente se foi.
De repente não existe mais.
A vida se tornou um castigo
De repente nada mais faz sentido.
Nunca mais se ouvirá o som daquela vóz.
Nunca mais irá fitar o seu olhar.
Nunca mais algo igual ou parecido irá cruzar o seu caminho.
Pois tudo isso hoje, virou pó.

Bruna Sampaio